Neuropatia Periférica
A) As alterações neuropáticas nos pés podem ser de ordem autonômica, sensorial e motora.
1. A neuropatia periférica pode ocorrer com a Diabetes Mellitus, Malde Hansen, alcoolismo, toxinas e infecção por HIV.
2. A neuropatia periférica diabética tende a ser bilateral e simétrica e pode ocorrer nas seguintes formas:
a) Dor e parestesias.
b) O Diminuição ou ausência da capacidade de percepção da dor, tato e temperatura.
c) Distinção entre dor neuropática e a dor isquêmica.
B) As alterações autonômicas incluem:
1. Diminuição na perspiração dos pés (anidrose distal).
2. Pele seca, rachaduras e fissuras.
a) Podem resultar em maior risco de infecção – bacteriana ou fúngica.
C) Alterações sensoriais.
1. Traumas – sem dor.
a) Mecânicos.
1. O paciente caminha sem alteração na marcha ou com alteração no modo de pisar, levando à pressão continuada em áreas vulneráveis.
2. Pressão no calcanhar de pacientes acamados. A pessoa não identifica a necessidade de movimentar o pé para aliviar a pressão. As úlceras de pressão se desenvolvem nos calcanhares e podem levar à amputação do pé. Os pés desses pacientes devem ser mantidos em posição elevada com travesseiros a fim de evitar a pressão.
3. Caminhar com uma pedra ou outro objeto nos sapatos. Os pacientes devem ser orientados para verificarem a presença de objetos estranhos antes de calçarem os sapatos.
4. Sapatos novos podem machucar os pés, causando bolhas e úlceras.
5. Auto-remoção de calos.
b) Químico – danos causados por instrumentos de remoção de calos/calosidades.
c) Térmicos – a utilização de bolsas quentes para aquecer os pés; caminhar na areia ou cimento quentes com os pés descalços.
D) Alterações motoras (alterações no passo ou novos pontos de pressão nos pés).
1. Atrofia muscular.
2. Deformidades dos pés – levam à mudança do passo e causam estresse a outras partes do pé, principalmente das extremidades metatársicas. O calo é um dos primeiros sinais de estresse.
a) Dedos sobrepostos.
b) Dedos em garra/martelo – comumente ocorrem devido a atrofia muscular e levam as pontas dos dedos à ter atrito com os sapatos.
c) Pé de Charcot – artropatia neuropática – artropatia degenerativa relativamente sem dor, progressiva de uma ou múltiplas articulações. Geralmente ocorre em um dos pés.
1. Estágio 1 ou agudo – história de trauma leve no pé ou no tornozelo. O pé torna-se quente, avermelhado e edemaciado com pulso forte. A pessoa não apresenta febre e as taxas de leucócitos e de sedimentação de eritrócitos são normais. Deve ser diferenciado da infecção aguda. A pessoa pode referir ou não a presença de dor. A pessoa deve aliviar a sobrecarga de peso até que a temperatura da pele retorne ao normal, o que pode demorar até oito semanas.
2. Estágio 2 – a desintegração, fragmentação e fraturas ósseas podem ocorrer se a pessoa continuar a caminhar durante o estágio agudo.
a) Desintegração com reabsorção óssea,geralmente ocorre nas extremidades distais dos ossos metatársicos. Tem a aparência de “doce lambido” (sinal do doce de menta).
b) Fragmentação – com a presença de fraturas nos ossos.
c) Fraturas – podem ocorrer no período de 2 a 3 semanas.
3. Estágio 3 – Pé de Charcot deformado devido a fraturas e ao colapso das articulações. A pessoa necessita de um sapato protetor. Às vezes requer cirurgia.
4. Estágio 4 – Ulceração resultante da deformação da curvatura dos pés causada pela pressão máxima no local.