19/10/2017 - QUINTA-FEIRA
14:00 - 17:00 - OFICINAS PEDAGÓGICAS
Objetivos das Oficinas
1. Acolhimento na Atenção Domiciliar: principais desafios e potencialidades para produção do cuidado em rede
Prof. Dr. Leonardo Cançado Monteiro Savassi (Universidade Federal de Ouro Preto)

A lógica da oficina centra-se na construção de estratégias para o acolhimento da pessoa com necessidade de cuidados domiciliares, em transição da Atenção Domiciliar de Nível 1 para a Atenção Domiciliar de Nível 2/3. Parte de uma necessidade individual para necessidades familiares e da coordenação do cuidado por ambas as equipes.

O modelo da oficina é o do aprendizado baseado em equipes - Team Based Learning - no qual dois grupos diferentes e heterogêneos partem para identificar necessidades/ lacunas de cuidado em uma situação simulada do mundo real, identificam problemas, buscam evidências e propõem soluções, sob uma metodologia conhecida como "Triplo Salto", e que será explanada no local.
2. Cuidado integral à pessoa com diabetes na rede de atenção: manejo do "pé diabético"
Profa. Dra. Maria Lúcia Zanetti (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP)
Profa. Dra. Ana Emília Pace (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP)

Objetivo: Pretende-se explorar a avaliação clínica com enfoque no rastreamento/identificação do pé em risco de ulceração, abordar os cuidados básicos com os pés e as ferramentas educativas. Espera-se favorecer a reflexão sobre as estratégias, prioridades e planejamento de ações nos serviços de saúde fortalecendo a transição do cuidado no que tange ao exame do pé diabético na rede de atenção a saúde.
3. Atenção à pessoa que necessita de Oxigenoterapia e Ventilação Mecânica no domicílio e workshop
Prof. Dr. Laerte Honorato Borges Junior (Universidade Federal de Uberlândia)

O objetivo da oficina 3 é capacitar os participantes da discussão no manuseio dos equipamento de oxigenoterapia e ventilação mecânica domiciliar, assim como as indicações, opções disponíveis no mercado, titulações, programações possíveis e técnicas empregadas nos equipamentos e modalidades.

Dessa forma, com a oficina a intenção é que os participantes entendam como e quando indicar esses equipamentos, a maneira correta de emprega-los na pratica clínica diária, os recursos mais acessíveis no mercado atual, todos os cuidados diários necessários (filtros, higiene, manuseio, prescrição, entre outros), as principais orientações realizadas aos profissionais e familiares que manuseiam os equipamentos e todos os acessórios que podem ser associados no uso desses equipamentos.

Também esta na proposta da oficina a utilização e manuseio de vários equipamentos que serão disponibilizados durante a oficina, para melhor compreensão e titulação de todos os participantes, com intuito de assimilar todos conhecimentos teóricos à pratica.

Por fim os participantes familiarizados com os equipamentos e todas as questões clínicas e assistenciais envolvidas com oxigenoterapia e ventilação mecânica domiciliar.
4. Cuidado integral às pessoas que podem se beneficiar com hipodermóclise no domicílio
Ms. Rita de Cássia Quaglio (Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto-USP)

Objetivo da oficina: Facilitar e favorecer a construção do conhecimento individual e coletivo sobre o uso da hipodermóclise como uma tecnologia leve-dura de cuidado em qualquer cenário de assistência à saúde, incluindo o domicílio, a partir do conhecimento e vivência de cada participante dentro da Rede de Atenção à Saúde.
5. Desospitalização, alta responsável e cuidado em rede
Dra. Maria Leopoldina Villas Boas (Secretaria do Estado de Saúde do Distrito Federal)

Objetivos:

MOMENTO 1: apresentar o protocolo de fluxo de desospitalização implantado para pacientes clinicamente estáveis, internados em enfermarias de unidades hospitalares da SES-DF, com necessidade de continuidade de tratamento no domicílio e residentes no Distrito Federal, com a garantia de responsabilização: do ponto de atenção de sua área de abrangência na Região de Saúde de acordo com sua complexidade assistencial; de alta programada responsável e do matriciamento da clínica hospitalar de origem.

MOMENTO 2: utilizar metodologia baseada no DESIGN THINKING para identificar necessidades não atendidas relativas a desospitalização no serviço de saúde dos participantes para discussão coletiva, a fim de transformá-las em ações eficazes para solucionar os problemas que são enfrentados no dia a dia.

MOMENTO 3: apresentar o protótipo das ideias para que o aprendizado coletivo possa se refletir diretamente no serviço após a oficina.
6. Projeto Terapêutico Singular: ferramenta para qualificar o cuidado
Ms. Mônica Vilchez da Silva (Diretora do Centro de Desenvolvimento e Qualificação do SUS)
Anne Karoline Silva Bernardes (Assistente Social do Serviço de Atenção Domiciliar de Araraquara)
Dra. Poliana Patrício Aliane (Gestora da Educação Permanente de Araraquara)

O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas para um sujeito individual ou coletivo que resulta da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar com o usuário e comunidade. É um processo de produção de cuidado que desvela diferentes dimensões de conexões existentes ou não na rede de atenção à saúde. Esta Oficina pretende construir com os participantes, a partir da experiência em ato, saberes e práticas sobre o PTS, considerando sua utilização na atenção básica pelas equipes (UBS, USF, NASF, SAD). Para tanto esta Oficina será dividida em três momentos: MOMENTO UM - os saberes sobre o PTS; MOMENTO DOIS - construindo um PTS e MOMENTO TRÊS - narrativa de reflexão da prática dos participantes a luz da experiência na Oficina. Pretendemos com este trabalho fomentar uma atenção curiosa sobre esta ferramenta e produzir aberturas, essência do próprio PTS, que está sempre em transformação, assim como os sujeitos que os conduzem.
7. Cuidados paliativos na Atenção Domiciliar: aspectos psicossociais
Marta Lucia Pereira (SAD de Volta Redonda)
Profa. Dra. Angélica Massako Yamaguchi (NADI-Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina-USP)

As estatísticas demonstram o crescente número de pessoas acometidas por diversas doenças crônicas que irão evoluir e necessitarão de cuidados nas dimensões - física, psicológica, espiritual e social - principalmente pacientes acometidos de câncer, segunda causa môrbida no nosso programa. No final da vida a estratégia de cuidados paliativos pode permitir cuidados mais apropriados evitando assim a prática da distanásia. A maior parte dos pacientes recebe atenção dos seus cuidados no seu próprio domicílio; cerca de dois terços morrem em casa junto com seus entes queridos. Os profissionais que adotam esta estratégica são instrumentalizados pela compaixão ao ser humano. Os desenvolvimentos tecnológicos têm trazido grandes contribuições para área de saúde, porem é necessário investir no alívio do sofrimento humano, através do olhar atento e da escuta (tecnologia leve) na percepção da dor e do alivio dos sintomas que causa padecimento, para que possa estabelecer uma boa comunicação. Nenhuma ação ou intervenção junto ao outro será possível sem humanização, sem vínculo com o paciente / cuidador/ familiar, com garantia de uma boa comunicação visando à interseção eficaz e eficiente no alivio do sofrimento.

O Serviço de Atenção Domiciliar - SAD, de Volta Redonda foi implantado no município como mais uma tecnologia de atenção aos usuários do SUS. É um dos componentes da rede de atenção às urgências, e está estruturada de forma articulada e integrada aos outros componentes da rede de atenção à saúde - RAS.

O SAD se configura como referência de apoio matricial no campo da formação à assistência domiciliar e cuidados paliativos para todos os profissionais da rede de saúde.

Objetivo: Apresentar o serviço de Atenção Domiciliar do Município de Volta Redonda com foco nos cuidados paliativos. Usando uma abordagem de transdisciplinaridade para acessar necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte ao luto.
8. O processo de envelhecimento e síndrome da fragilidade: os cuidados integrais nessa fase da vida
Profa. Dra. Rosalina Ap. P. Rodrigues (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP)
Dr. Jack Roberto Fhon (Pós-Doutorando Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP)

O processo de envelhecimento é fisiológico, irreversível e que pode causar limitações físicas e cognitivas no idoso. Dentre essas limitações, a síndrome da fragilidade é uma condição que o idoso torna-se mais vulnerável a diferentes indicadores adversos no processo de saúde.

O objetivo desta oficina é oferecer oportunidades aos participantes a compreensão desse processo e as limitações do envelhecer e compreender a síndrome da fragilidade com o uso de diferentes instrumentos de avaliação no idoso. Será utilizado metodologias ativas para essa oficina, com uso de manequins próprios do envelhecer.
9. Comunicação no envelhecimento: cuidados em rede
Profa. Dra. Kelly da Silva (Universidade Federal de Sergipe)

A proposta da oficina é discutir a respeito da promoção da comunicação no envelhecimento e da detecção precoce de alterações que comprometam a qualidade de vida e a autonomia dos idosos.

Para isto serão utilizadas atividades lúdicas, discussão de casos e treinamento da aplicação de protocolos de rastreios cognitivos e de aspectos relacionados à comunicação.
10. Cuidado integral à pessoa com lesão de pele: melhores evidências para terapia tópica
Profa. Dra. Barbara Pieper (College of Nursing - Wayne State University - Detroit, MI)
Profa. Dra. Soraia Assad Nasbine Rabeh (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP)
Profa. Dra. Maria Helena L. Caliri (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP)

As feridas crônicas representam um desafio na prática profissional e requerem abordagens embasadas em evidências científicas para prevenção e tratamento.

A oficina tem como objetivos discutir aspectos da avaliação da pessoa com úlcera venosa (UV) e lesão por pressão (LP) e apresentar as alternativas para o manejo das lesões considerando as diretrizes internacionais e os recursos disponíveis nos serviços.

Serão utilizados casos clínicos para discussão entre os participantes e facilitadores acerca dos fatores que interferem na resolução do problema e na tomada de decisão para escolha das intervenções, de forma a obter os melhores resultados possíveis.
11. Bioética e o cuidado à vida: dilemas e perspectivas vivenciados no domicílio e nas redes de atenção à saúde
Prof. Dr. Edson Soares Garcia Soares (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP)
Profa. Dra. Carla Aparecida Arena Ventura (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP)

- A formação holística sob a perspectiva de Weil, Crema e Leloup
- O princípio biocêntrico de Toro Araneda
- A orientação não diretiva de Rogers
- O sentido da vida de Frankl
- O sociodrama de Moreno
12. Transição do Cuidado: fortalecendo a articulação da rede de atenção
Profa. Dra. Maria Alice Dias da Silva Lima (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Objetivos da oficina: Esta oficina tem como objetivo abordar a transição do cuidado como uma estratégia para fortalecer a articulação da rede de atenção à saúde. Pretende-se discutir e explorar os conceitos e fundamentos da transição do cuidado, como é realizada e qual o papel dos profissionais para desenvolvê-la. Os participantes serão estimulados a promover troca de experiências para analisar as facilidades e dificuldades na realização da transição do cuidado. Proporcionar uma oportunidade de reflexão sobre estratégias, prioridades e planejamento de ações para fortalecer a transição do cuidado e a articulação da rede de atenção à saúde.
13. Cuidados no domicilio com enfoque nos procedimentos técnicos e a segurança do paciente, equipe de saúde e familiares
Ms. Mara Lúcia Renostro Zachi (SAD Cascavel)
Dra. Luiza Watanabe Dal Ben (Dal Ben Home Care/SP)

Resumo: Proporcionar aos participantes a discussão sobre a prática da assistência domiciliar com qualidade e segurança aos pacientes/familiares/cuidadores em seus domicílios. Com a possibilidade de abordar os critérios de elegibilidade do paciente/família, o acesso seguro da equipe interdisciplinar e de emergência/urgência, a entrega dos insumos, medicamentos, materiais, equipamentos, a comunicação 24 horas com a sede e o desenvolvimento das competências da equipe interprofissional baseados em evidencias científicas. Quais indicadores podem ser adotados para avaliar a qualidade quais procedimentos técnicos podem ser realizados no domicílio com segurança em que seja positivo a todos os envolvidos, paciente/família/profissionais e sistema de saúde.

A segurança no cuidado do paciente na atenção domiciliar é ainda uma das instancias pouco estudadas, mas isso não quer dizer que nessa modalidade de atendimento não existem eventos adversos. Dentre o roll dos principais eventos adversos no âmbito domiciliar, as quedas representam quase 50% dos casos, seguido de eventos relacionados à medicação, lesões por pressão e danos psicológicos. Nesse contexto o objetivo da oficina é proporcionar aos participantes a discussão crítica-reflexiva sobre a prática da atenção domiciliar com qualidade e segurança aos pacientes/familiares/cuidadores em seus domicílios, envolvendo os seguintes temas: avaliação criteriosa de elegibilidade, informação e comunicação efetivas, garantia de continuidade do cuidado, garantia de insumos necessários e transporte em tempo oportuno, promoção de ambiente seguro qualificação do cuidador, cuidado com os profissionais e educação permanente, monitoramento e avaliação, notificação de incidentes ou eventos adversos.
14. Cuidados Paliativos não oncológicos
Profa. Dra. Nereida Kilza da Costa Lima (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP)
Dr. André Felipe Junqueira dos Santos (Instituto Oncológico de Ribeirão Preto)

Objetivos:
- Discutir o momento da indicação de Cuidados Paliativos em doenças crônicas não-oncológicas.
- Cuidado Paliativo vs. Cuidado Continuado: como diferenciar?
- Particularidades do Cuidado Paliativo no Idoso.
- Abordagem de sintomas físicos, psicológicos, sociais e espirituais pela equipe.
- Diretivas Antecipadas de Vontade para indivíduos com doenças crônicas não-oncológicas.
- Final de vida e aspectos éticos.
15. Oficina de Cuidadores: Partilhando Vivências de Cuidado à Pessoas com Patologias Neurodegenerativas
Prof. Dr. Acary Souza Bulle Oliveira (Universidade Federal de São Paulo)
Ms. Paulo Giusti Rossi (Doutorando do PPG Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos)

A "humanização" em saúde volta-se para as práticas concretas comprometidas com a produção de saúde e produção de sujeitos, de tal modo que atender melhor o usuário se dá em sintonia com melhores condições de trabalho e de participação dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde (princípio da indissociabilidade entre atenção e gestão). Este voltar-se para as experiências concretas se dá por considerar o humano em sua capacidade criadora e singular inseparável, entretanto, dos movimentos coletivos que o constituem.

Atendendo em serviço público a pacientes com esclerose lateral amiotrófica, doença degenerativa do sistema nervoso, caracterizada por causar fraqueza muscular progressiva, irreversível e incapacitante,tenho aprendido o significado pleno de cuidados integrativos e o sentido pleno de Ser Humano.

Pretendo, na oficina, passar as experiências aprendidas com pacientes, cuidadores, familiares e profissionais da saúde, tendo a ELA como fio condutor para o processo de humanização.
16. Abordagem Familiar no Domicílio: Ampliando Olhares e Fortalecendo Vínculos
Profa. Dra. Juliana Vendrúscolo (Universidade de Ribeirão Preto)

Conhecer a estrutura e a funcionalidade das famílias, pelas equipes de saúde, é fundamental na abordagem domiciliar para possibilitar o cuidado familiar ampliado. Assim, para ter resultados positivos na atenção domiciliar, é essencial que o profissional da saúde realize a abordagem familiar, que é uma estratégia para facilitar a compreensão do contexto domiciliar e arranjos familiares, sendo necessária atuação da equipe interdisciplinar. O objetivo da oficina 16 é proporcionar aos congressistas a discussão crítica-reflexiva sobre o processo de trabalho das equipes que realizam a atenção domiciliar, permitindo ao profissional conhecer ferramentas que potencializem o vínculo entre equipe e paciente/família e cuidador, bem como identificar e valorizar características peculiares de cada família e do convívio humano.