Logo após a publicação feita por Kouwenhoven e cols. descrevendo o processo de RCP, iniciou-se nos EUA a capacitação em tal prática, inicialmente para profissionais de saúde e posteriormente para cidadãos leigos (KAYE; MANCINI,1998).
Percebendo o grande potencial da RCP, em 1961, a American Heart Association (AHA) criou um Comitê de Reanimação Cardiorrespiratória, que mais tarde transformou-se no Committee on Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Care. Esta organização tomou a frente de um esforço intensivo para maiores pesquisas, programas de capacitação e padronização da RCP. Tal campanha mantém-se até hoje e abriu os horizontes da RCP, incluindo todos os aspectos do suporte básico de vida (SBV) e do suporte avançado de vida (SAV) (GUIMARÃES et al., 2009).
Concomitantemente às evoluções iniciais das técnicas de RCP e os programas de capacitação, ocorreu o desenvolvimento de manequins. Enquanto que os primeiros métodos manuais podiam ser simulados ou praticados entre os próprios colegas em um curso de capacitação, a massagem cardíaca eficaz poderia causar traumatismos e necessitava de manequins bem semelhantes ao ser humano. Estimulado pela Scandinavian Society of Anesthesiologists, Asmund S. Laerdal criou a Resusci Anne, um manequim com coração, pulmões e pulso carotídeo, a qual se tornou a progenitora de toda uma família de manequins (GUIMARÃES et al., 2009).
Com o acúmulo de maiores experiências sobre os benefícios e riscos da RCP, em maio de 1966 foi publicado na Revista Circulation um relatório que mudou o conceito para “técnica de emergência”. Acentuou a necessidade de capacitação para garantir o reconhecimento imediato da necessidade de RCP e sua boa execução. Solicitava que a capacitação fosse amplamente disseminada pelos membros das equipes médicas, odontológicas, enfermagem e outras profissões ligadas à saúde. O Advanced Cardiac Life Support ou Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS/SAVC), introduzido pela AHA em 1975, tem sido responsável pelos programas de capacitação de milhares de profissionais de saúde por meio de suas diretrizes. Entretanto, recomendava que a capacitação da RCP para o público em geral deveria aguardar mais dados (GUIMARÃES et al., 2009).
Embora a capacitação em RCP fosse oficialmente introduzida no Reino Unido no começo dos anos
1980, foi somente após 1987 que o Royal College of Phyisicians de Londres recomendou que cada hospital tivesse uma equipe de ressuscitação e nomeasse um profissional para realizar a capacitação e avaliação dos demais profissionais (GARCIA-BARBERO; SUCH-CATURLA, 1999).
A AHA e o European Resuscitation Council (ERC) produziram diretrizes para o SBV e SAV em 1992 e 1998, respectivamente. O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido e a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendaram capacitação para leigos e profissionais de saúde em técnicas de primeiros socorros com o objetivo de prevenir mortes e incapacidades (GARCIA-BARBERO; SUCH-CARTULA, 1999).
Com a finalidade de promover essas capacitações, várias propostas de cursos foram criadas.